sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

É nisto que dá...

Ter passado praticamente todas os dias das duas últimas semanas a fazer noitadas para cumprir com os prazos de entrega aos clientes (vidinha de freelancer). Preciso de chocolate para me dar energia. E ele dá e também me dá tantas outras coisas, barriga, celulite… Mas o que é que há a fazer? Para mim, na vida, o chocolate torna tudo, mas mesmo tudo melhor. 
Agora vou continuar que para mim a noite ainda é um feto. 

Por dentro é cremoso. Um escândalo para as pupilas gustativas. 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O cúmulo da gula

É ir despejar o lixo à pressa, antes que o namorado chegue a casa, para que não veja as embalagens do McDonald´s que devoraste ao jantar. Já quanto ao bolo de chocolate, que quando ele saiu de manhã cedinho era um círculo cheio e agora se reduz a um mísero triângulo, não sei que desculpa inventar. Talvez carência afectiva. 


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Bloqueada

O ano de 2014 ainda agora começou, mas já promete ser um dos mais intensos de sempre, a julgar por tudo o que se tem passado no mês de Janeiro. Não tem sido fácil, muitos embates que põem à prova a minha resistência física e sobretudo psicológica. Dou por mim muitas vezes com vontade de correr para aqui e ir registando o que se vai passando e o que vou sentido. Mas acabo por adiar, adiar e a coisa perde-se. Quando a tempestade amainar e vier a bonança conto os detalhes deste mês. Isto na esperança que Fevereiro seja mais calmo, se não o for, cá estarei, para aprender e crescer. 

mulher leoa, sportinguista de gema:) 

domingo, 12 de janeiro de 2014

Até ao próximo natal

Hoje foi finalmente o dia de recolher toda a decoração natalícia. E se para uns isso é motivo de nostalgia, para mim é um alívio. Cada vez que penso que acabaram as festas, ano após ano, o meu pensamento é sempre o mesmo: "sobrevivi". Cumpro todas as tradições numa tentativa de me animar com a coisa, mas nunca acontece. Desde que perdi o meu pai que a coisa esmoreceu na minha família. Só mesmo pelos abraços, beijos e sorrisos dos meus sobrinhos e por tê-los aqui aos cinco, juntinhos na minha casa, já valeu muito a pena esta época. Para 2014 só tenho uma resolução: " nada de resoluções". O susto de saúde que apanhei no final do ano passado faz com que agora só queira viver um dia de cada vez, com a maior tranquilidade possível. O que no meu caso, já é um enorme pedido. 




A arrumação das minhas decorações

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Obsessões Gastronómicas

Depois de ter descoberto o bolo de caneca, agora não há dia que não termine um jantar a deliciar-me com um soufflé de leite condensado (aka baba de camelo ou mousse de leite condensado no forno). 


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Benigno

Para mim o ano novo só começou verdadeiramente no dia 3 de Janeiro. A sexta-feira em que fui à consulta com a médica que me operou para saber o veredicto final, ou seja, se o tumor de cerca de 3cms que me foi extraído do peito no dia 20 de Dezembro era benigno ou não… E era! Nunca duvidei disso mas no nosso íntimo insistem em vir ao de cima aqueles e se… assustadores. Tudo começou em Outubro deste ano, quando por mero acaso ao passar creme no peito senti uma espécie de caroço na mama esquerda. Ainda andei ali uns dias a pensar que podia ser só imaginação minha, que provavelmente seria qualquer coisa passageira relacionada com a menstruação, mas quanto mais examinava mais se concretizava a certeza de que aquilo não estava ali antes e que não devia estar agora. E se estava eu ainda não tinha dado por isso. Esse foi um erro crasso. Eu nunca tive o hábito de fazer o tão aconselhado auto-exame à mama, e nunca consegui responder quando todos os médicos me perguntavam quando tinha surgido o nódulo. E isso é preocupante. Depois da negação, lá fui à ginecologista que confirmou que sim senhora, ali estava um nódulo e já com mais de 2cm pelo que sentiu. Mas desde logo me tranquilizou que por ser móvel e indolor o prognóstico era positivo e provavelmente não seria nada de grave. Seguiram-se ecos mamárias, mamografias e vim a descobrir que na mama direita também tinha outros dois pequenos nódulos, esses quase imperceptíveis ao toque. Fui encaminhada para uma médica especializada na área das doenças mamárias (senologia) que me disse que o nódulo era para ser retirado o quanto antes, sobretudo pelo tamanho porque também lhe parecia benigno. Uma semana depois da consulta, estava eu vestida com uma bata verde e uma toca, a tremer que nem varas verdes à espera de entrar no bloco operatório, receber a anestesia geral e entregar-me de corpo e já agora alma, às mãos dos médicos. Quando acordei da anestesia a primeira coisa que fiz foi sentir se ainda tinha o peito. E estava tudo no sítio. É que se há coisa que aprendi é que nestas coisas quanto menos pessoas souberem melhor. Porque muitas delas só dizem babuseiras, e nem creio que sejam assim tão bem intencionadas… Eu já não aguentava ouvir nem mais uma história de uma prima de um cunhado do meu irmão por parte de pai, que tinha tido um cancro de mama, ficado sem o peito, feito quimioterapia, perdido o cabelo, o marido etc. etc. Os piores cenários. Quando esse nem sequer era o meu caso. Mas automaticamente toda a gente assumiu que eu, coitadinha, tivesse cancro de mama quando esse diagnóstico ainda estava longe e era improvável. Este ruído de fundo, as perguntas e constantes opiniões começaram a aumentar a minha já natural ansiedade e andei algum tempo com os nervos à flor da pele. Irritada por tudo, com uma resposta ríspida sempre na ponta da língua. Queria o resultado para que me deixassem em paz. E ele lá chegou, e no relatório da anatomia patológica estava lá mesmo escrito "tumor benigno", fibroadnoma como lhe chamam os doutores. Comecei assim o ano da melhor forma. A sentir-me mesmo bem, a recuperar bem da cirurgia e a retomar gradualmente a minha vida normal. É incrível como não damos valor às pequenas coisas, como podermos estar debaixo de um chuveiro a tomar um banho quente sem condicionantes. Estive cerca de duas semanas a ter de tomar o que eu chamava "banho às prestações", com plásticos para não molhar o penso. E também me custou muito estar dependente dos outros. Ter de estar sempre a pedir que me passeassem o cão e que me ajudassem na lida da casa. Nisso como já sabia, tenho simplesmente a melhor mãe do mundo. E muito ficou por dizer mas ainda estou a processar o que me aconteceu e a regressar lentamente às rotinas de trabalho e casa. E agora tudo me parece diferente, tudo me parece muito melhor, muito mais valioso. 

Bom Ano