domingo, 4 de maio de 2014

Coisas de mulher de 30 #2: Ser mãe


Gosto muito do dia da mãe. É simples, amo muito a minha mãe. É a pessoa mais importante para mim no mundo, agora que o meu pai já cá não está. A minha mãe chorou no início deste ano a morte da sua própria mãe, a minha avó. Que não foi para ele uma boa mãe. E é isso que mais admiro na minha mãe, ela conseguiu dar-me e ainda continua a dar até hoje amor, apoio incondicional, afecto, mimo e contenção, ou seja, ela conseguiu dar-me a mim o que nunca recebeu da mãe dela. Não sei como o fez, não sei com quem aprendeu a ser tão boa mãe, mas talvez hajam coisas que não se aprendam e na sua génese a maternidade é provavelmente uma delas.Quando uma mulher chega aos trinta, seja por parte de quem a rodeia, seja de si para si, a questão da maternidade começa a estar em cima da mesa. O relógio está a contar e nestas coisas o tempo passa depressa e é ingrato para as mulheres. Sabemos que com o avançar dos trinta a fertilidade vai decrescendo, é mesmo assim e a energia de uma mulher de 35 ou 40 anos não é igual a uma de 25 ou 30 para cuidar de um bebé. E se começamos a produzir tarde, a tendência também é produzir pouco. Já esticámos o prazo para ter o primeiro, não nos podemos alongar se queremos ir a um segundo ou terceiro. E em cima de tudo isto sabemos que o corpo já não recupera da mesma forma do que quando somos mais jovens. Em suma, a mãe natureza diz-nos que devemos ter filhos cedo, o ideal ali entre os 25 e os 35, a sociedade actual diz-nos que devemos ter filhos cada vez mais tarde ou se calhar talvez nunca. Costumo dizer que o meu relógio biológico, a existir, está sem pilha, avariado. Mas talvez seja só uma defesa para não sofrer por saber que chegada aos trinta a última coisa que poderia ser era mãe. Não tenho uma relação amorosa que me dê estabilidade emocional e não tenho possibilidades financeiras para ter um filho.O melhor é mesmo não pensar muito porque isso aumenta a probabilidade de viver angustiada com esse desejo impossível. Talvez um dia o meu relógio desperte. Se a minha relação melhorar ou se encontrar alguém com quem esse projecto a dois faça sentido. Se a vida também melhorar financeiramente e eu tenha mais trabalho e consequentemente mais dinheiro e possibilidades de sustentar um filho. Porque sem amor e sem dinheiro eu não sou feliz. E neste momento da minha vida escasseiam ambos.E eu sei que só feliz serei boa mãe. E eu quero ser no mínimo tão boa mãe como a minha mãe é para mim. E isso não é fácil. 

Fica um vídeo que apesar de ser de um anúncio acho muito bonito sobre as mães. E feliz dia da mãe para quem o é. 


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