segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Pelo andar da carruagem...

Esta coisa de não poder sair de casa leva a que todas as comemorações festivas sejam feitas por aqui. E isso enche-me o coração que adoro ter a casa cheia e receber. O outro lado da moeda é que para além do coração também a barriga vai crescendo (e pelas piores razões, nada de bebés) com a quantidade de comezainas e restos das mesmas que por aqui se vão acumulando e que eu vou fazendo o esforço de comer. Por este andar desconfio que só lá para meados de 2014 é que volto a ter um par de calças que me sirva. Pode ser que me dê finalmente o tão desejado incentivo que preciso para me livrar dos quilos a mais. O importante é nunca perder a esperança. 


quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Em recuperação

Por aqui a vida tem sido do mais fácil que há. Dado que fiz uma cirurgia delicada no dia 20, já sabia de antemão que as festas seriam passadas no recato do meu lar. Posto isto todas as festividades familiares tem-se dado por aqui o que me deixa muito feliz, que gosto de ter a casa cheia. O pior é que com isso,  todos os restos de comida se vão acumulando e pedindo para serem comidos. Esta combinação de ter de estar forçosamente imobilizada aliada ao facto de me andar a alimentar de bacalhau com natas, peru recheado, arroz de pato, rabanadas, sonhos, tronco de natal, mousse de chocolate, arroz doce e bombons irá certamente resultar nuns bons quilos em cima do lombo, para começar bem o ano. Mas chego à conclusão que é o que se leva desta vida: muito amor e boa comida. A par disso o resto dos dias são passados entre mantas, séries, livros e sestas. Eu não queria nada disto juro, mas a médica falou muito a sério quando recomendou "repouso absoluto" e quem sou eu para a contradizer. Então, como paciente exemplar que sou, cá me encontro sem mexer uma palha. E assim continuarei até 2014. Só espero que por essa altura não tenham que me vir arrancar de casa com um guindaste ou coisa assim...

Boas Festas




sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Correrias

Já há dois anos que saí de Lisboa e reconheço que a minha qualidade de vida melhorou substancialmente. Os anos de vida que se perdem no trânsito, tentações a cada esquina que nos fazem gastar o que não devemos, o preço de bens e serviços inflacionados, de tudo isto não tenho saudades. Mas hoje passei o dia a viver como vivia naquilo que chamo "a minha outra vida". Perdida nos meus pensamentos a cada sinal de trânsito, sempre a correr de compromisso em compromisso, almoçar um bom sushi, devorar um pão de deus da Padaria Portuguesa ao lanche, queimar a língua com uma bica a ferver bebida à pressa no balcão. E chego ao fim do dia assim, cansada mas satisfeita. E ainda com um resto de energia para ter uma quiche no forno, fazer duas máquinas de roupa e uma de louça. Amanhã há mais. E eu gosto disso. 


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Desconectada

O meu velho portátil há muito que andava a ameaçar que já tinha dado o que tinha a dar, eu fui ignorando, até ao dia. Agora escrevo do meu novo brinquedo, uma extravagância de natal antecipada que ofereci a mim mesma, apesar de não conseguir deixar de sentir umas pontadas de culpa consumista, dado que o antigo ainda tinha arranjo. Quando fiquei sem computador e consequentemente sem acesso à internet fiquei completamente histérica. Primeiro porque o portátil é o meu principal instrumento de trabalho e temia perder a informação que ele continha e em segundo porque sou completamente viciada na net. Fiquei apenas um dia sem portátil e parecia sempre que me faltava alguma coisa. Fiquei agitada, ansiosa, qual adicto sem o seu vício. 
Lembrei-me então do último bom filme que vi no cinema, "Disconnect" ( em português "Desligados"). O filme cruza três histórias que abrangem temas como problemas conjugais, dificuldades de comunicação entre pais e filhos, cybersexo e cyberbullying. O que todas as histórias tem em comum é o facto dos protagonistas das mesmas viverem, cada um à sua maneira, desligados da realidade, das suas relações pessoais, numa solidão pessoal e íntima colmatada pelo uso da internet e das suas redes socias, através de portáteis, tablets ou smartphones que proliferam e fazem com que estejamos sempre conectados. Ou melhor, cada vez mais conectados com um mundo virtual e cada vez mais disconectados com o mundo real, na minha opinião. Não quero estar para aqui com discursos à velho do Restelo, lamentando a evolução dos tempos e saudosista do que já não volta, não faz o meu género. Sou mais do estilo de viver o melhor possível o presente sem remoer demasiado no passado ou antecipar muito o futuro. Prefiro assim, vivo mais calma. Mas não deixo de ter alguma dificuldade em ver e sentir que andamos cada vez mais auto-centrados e consequentemente cada vez mais distantes uns dos outros. Cá em casa, por exemplo,  são inúmeros os serões em que está cada um para o seu canto, agarrado ao portátil, ao tablet ou ao telemóvel. Calculo que seja mais forte que nós.  O tempo passa a voar e de repente sabemos mais novidades sobre a vida de uma blogger do que de uma amiga que já não vemos há algum tempo. Mas no fundo, acredito que a necessidade de estarmos fisicamente junto de quem gostamos acabará por vingar. Haja fé no ser humano. Quanto ao filme, aconselho vivamente, vale mesmo, mesmo a pena.