quinta-feira, 26 de junho de 2014

Trintonas e encalhadas?

Ontem fez 5 anos que vivo com o meu namorado. Não houveram cá grandes comemorações, foi só mais uma desculpa para comer muito bolo de chocolate. Já passaram cinco anos e a minha relação já viu melhores dias, não o escondo. O meu último namoro durou 5 anos certinhos e estive dois sozinha até encontrar com quem estou agora.  Dois anos muito bons devo dizer. Por isso fazendo bem as contas, há cerca de 12 anos que sou praticamente comprometida. 
Muitas e muitas vezes assolam-me sempre as mesmas dúvidas no que toca à minha relação actual: "ainda valerá a pena quando tudo indica o contrário?", "será que vou ter forças para enfrentar uma separação?", "será que vou conseguir continuar a viver sem dividir despesas ou vou ter de voltar recambiada para a casa da minha mãe?", "mereço melhor ou será que não estou a dar valor ao que tenho?". Tudo muito complicado como dá para perceber. Mas a pior de todas, a dúvida que mais me angustia, é a de que "será que é possível reencontrar o amor depois dos trinta"? Dito assim parece uma estupidez, uma vez que com trinta anos não somos propriamente velhos. Mas nesta sociedade que vive a mil, depois dos trinta tenho ideia que é sempre a decrescer. Sejam nas oportunidades profissionais, seja no amor. No fundo acomodei-me e vivo uma relação que passa mais pela cumplicidade do que pela paixão. É mais do que óbvio que em relações duradouras a paixão é coisa dos primeiros tempos (e que bons que são esses tempos) em que as hormonas estão à flor da pele, a cabeça no ar sempre a pensar nele e o corpo sempre a pedir amor. Com o tempo  e o compromisso sério vem coisas más e chatas, como os problemas financeiras, as discussões por coisas do quotidiano. Os hábitos que antes eram tão fofos, hoje passam a ser detestáveis. Mas também vem as boas como a tranquilidade, o equilíbrio, o companheirismo, saber que podemos contar sempre com aquela pessoa nesse momento da nossa vida e ela connosco porque para o bem ou para o mal assumimos esse compromisso. Ainda que o mesmo comece a pesar e a desgastar-se. Mas mesmo que as coisas assentem, ainda tem de haver paixão e desejo, nem que sejam momentâneos.  
Eu não me sinto feliz é o que concluo. O meu maior medo é o que virá depois. Nunca fui pessoa de sair muito à noite, dada a rambóia, copos, flirts, casos, nada de nada. Não que seja púdica é mais por ser mesmo totó. E acho que ou me contento com o que tenho ou se arrisco provavelmente   definhar, afogando as minhas mágoas em tequilla. A devorar séries, livros e doces. Rodeada de cães que passeio a muito custo pois nessa altura já devo pesar uns 120 kgs e ter um programa no TLC. Mas e se nada disso acontecer?? Se eu me sentir renascida, desatar a treinar que nem uma Carolina Patrocínio, ficar uma boazona, cuidar mais de mim, sair mais, viver mais e quem sabe encontrar alguém. O pior é que sei que com a minha idade e depois de tantos anos fora do mercado vou provavelmente "quebrar a cara" (como dizem os brasileiros) muitas vezes. E a minha paciência para joguinhos infantis de sedução já não é a mesma. Dúvidas e mais dúvidas. É isto a minha existência. A ver vamos. Em breve espero ter novas notícias. 


quinta-feira, 5 de junho de 2014

Pior seria partir uma perna

Quando alguma coisa de errado acontece na vida de alguém, para desdramatizar um pouco a situação, já ouvi quem diga: "pior é partir uma perna". Então e quando alguém realmente parte uma perna? Instala-se o caos é o que tenho a dizer. O meu namorado não partiu propriamente a perna, mas sim o tornozelo em dois sítios. De forma estúpida, a jogar à bola com os amigos. Que raio vai na cabeça destes homens feitos e fora de forma, para acharam que se podem pôr ali armados em Cristianos Ronaldos a correr que nem uns condenados? Certo é que tem a perna esquerda engessada, muitas dores e só se move de divisão para divisão em caso de necessidade extrema e com a ajuda de muletas. Segundo o prognóstico terá de deixar de trabalhar no mínimo durante um mês. E se a minha ansiedade, irritabilidade e impaciência já andavam nos píncaros antes disto, agora correm o risco de atingir níveis históricos. Basicamente ganhei um filho pequeno a quem tenho de providenciar todas as refeições, desde o pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar. Sinto-me uma empregada/cozinheira de restaurante, sempre a anotar pedidos, cozinhar, servir o cliente e no final trazer a bica. Só falta mesmo a conta. Essa factura é paga à custa do meu sistema nervoso. É que com a inércia a que a lesão obriga o homem tem comido como se não houvesse amanhã. Pensando bem não tem muito mais que fazer a não ser isso. Só peço a Deus que me dê paciência porque ainda só passou uma semana e eu já tive umas quantas vezes de virar costas, respirar fundo, contar até 50 e voltar para junto dele, para evitar explodir. Tenho lido por esta blogosfera fora que correr é que é bom para descarregar a ansiedade e limpar a cabeça. Talvez me dê para isso. Ou talvez não seja boa ideia, não vá eu também partir qualquer coisa e aí seria o fim do mundo. Não em cuecas, mas em muletas.