quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Uma gripe para mim outra gripe para ti

Eu achava que depois de ter passado cerca de quatro horas de uma madrugada na sala de espera de um hospital público e não ter apanhado nenhuma virose, este ano já não havia bicho que me pegasse. Estava safa. Ainda para mais, tendo em conta que uma dessas horas foi passada com uma mulher virada para mim, a tossir veemente e a contar-me como se sentia doente e cansada, que vivia com um sogro maluco que não a deixava dormir porque passava a noite a gritar e ninguém o convencia a ir ao médico ou a tomar os comprimidos. Dizia-me a senhora que só queria ser atendida pelo médico argentino, o Dr. Javier, que lhe tinha salvo a vida há uns meses quando inalou lixívia e ficou com os pulmões queimados. Não queria ser vista pelo médico ucraniano que era bruto como as casas nem pela médica cabo-verdiana, "a preta" como lhe chamava, que despachava toda a gente a ben-u-ron.
Mas comecei a ver o caso mal parado quando na sexta-feira, dia dos namorados, o meu chega a casa a meio do dia a dizer que se sentia mal e que não conseguia trabalhar. Com quase cinco anos de convivência nunca o tinha visto queixar-se assim. Caiu à cama todo o fim-de-semana queixando-se como se o mundo foss
e acabar. Cuidei dele o melhor que pude mas a paciência às vezes esgota-se e quando acabámos por discutir levo com um: "tu não respeitas nada, nem a minha doença". Isto dito a uma pessoa que viu o pai definhar 7 meses com um cancro no estômago de forma estoica e sem choradinhos tira-me do sério mas enfim. Cada um é para o que nasce. No Domingo à noite já ele se começava a sentir melhor e eu a começar a sentir-me doente. E assim foi. Dores de garganta, dores de cabeça, febrões, dores no corpo, nariz entupido e assim tem sido a minha vida esta semana. Tenho tido direito a tudo, não faltou nada. Não é o fim do mundo. É só chato.  Muito chato. Como o meu namorado. 


1 comentário:

  1. Ups... tenta ter pachorra, que é difícil mas o amor merece esse esforço!

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